domingo, 15 de julho de 2012

A Felicidade de quem Faz


No âmbito político, o debate sobre o que é a felicidade não é novo. O conceito da “busca pela felicidade” há muito se encontra consagrado entre os princípios da Constituição dos EUA. No Brasil, tal conceito passou a ser usado depois que o Senador Cristovam Buarque, do PDT, criou uma Emenda Constitucional que visava a inclusão da expressão no texto da Carta Magna. Mas é datradição brasileira deturpar e arruinar tudo aquilo que nasce como uma boa idéia nos EUA. Não foi diferente nesse caso. Ao contrário dos Pais da Pátria Americana, que entendiam a felicidade como fruto do objetivo de vida de cada um, passando pela realização pessoal, de pessoas que vencem na vida com o fruto do suor de seu esforço, no Brasil houve a devida deformação do texto, atribuindo a “felicidade” a uma ação estatal direta, relegando o esforço pessoal a um plano meramente coadjuvante na equação.

Aquilo que era visto como resultado da realização do homem passou a ser só o resultado da ação do estado, como se burocratas, eleitos ou não, pudessem fazer pessoas felizes por uma ação meramente política. Quem faz as pessoas felizes são as próprias pessoas enquanto indivíduos realizados. Fazer e ser feliz. Esse é o princípio consagrado nas democracias livres e desenvolvidas. Há um papel do Estado nisso? Claro que sim. Seu papel é prover, por meio da educação e do estimulo a o empreendedorismo, a possibilidade para que as pessoas possam se realizar e então, buscarem a sua felicidade.

Analisemos o caso de Farroupilha. Há quem chegue ao desplante de dizer que as pessoas, por trabalharem e, portanto, produzirem, estão infelizes. O trabalho é o instrumento mais poderoso de libertação do ser humano. É por meio dele que se alcança a realização pessoal. E, para um pai de família, não deve haver maior felicidade que alimentar seus filhos com o fruto do suor de seu trabalho. Ronald Reagan, grande estadista americano, já dizia: “não há melhor programa social que o emprego”.

Nos últimos 4 anos, em Farroupilha, foram gerados mais de 4 mil empregos. Além disso, foram geradas mais de 600 empresas. Os números demonstram que aqui não só as pessoas são empregadas como, com o fruto de seu trabalho, podem evoluir, criando suas próprias empresas e, por conseqüência disso, empregando outras pessoas. É inegável que tal esforço, e que tais realizações, são resultado também de um ambiente onde o poder público possibilita e estimula as condições adequadas para que os indivíduos possam ser livres e se realizarem. Baixas alíquotas de impostos, boa qualidade de ensino básico, que possibilita uma maior igualdade de oportunidades, bem com programas que qualifiquem as pessoas, habilitando-as a competir no mercado. É por meio dessas políticas, dando as condições para que as pessoas possam fazer, que se abre caminho para que essas pessoas busquem a sua própria felicidade.

Trabalhar, poupar, e, portanto, ter segurança para construir seu futuro, é típico não de pessoas infelizes, mas de pessoas realizadas e que, por serem realizadas, são sim felizes. É preciso tomar cuidado com certos discursos, que criminalizam nossa tradição cultural histórica: trabalhar e poupar. É com o trabalhamo que criamos. É com a economia que semeamos o futuro, não aquele idealizado por utopistas de quinta, mas aquele que é a imediata consequência de nossas ações e realizações presentes e passadas.

Há quem queira plantar a confusão de que por trabalharmos e por fazermos, somos infelizes. Não somos. Não pode ser infeliz aquele que é dono de sua vida e, por consequência, de seu destino.

Guilherme Macalossi
Secretário de Finanças

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