sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Mito dos Corruptores Privados


Há certa corrente de pensamento, no Brasil, que julga a iniciativa privada como fomentadora da corrupção que vemos. Seriam os tais corruptores, sempre devidamente escondidos por aqueles que fazem a cobertura jornalística dos escândalos políticos. Essa linha de pensamento é originária de uma época em que mesmo a corrupção era romântica. Entretanto, como todo o mais constante, isso também mudou, depois que o PT chegou ao poder.

Antes de Lula e sua companheirada os corruptos se locupletavam do estado, ou ganhavam por fora, facilitando a vida de empresários, em benefício próprio. Com o petismo, e seu projeto de poder, os indivíduos deixaram de ser os beneficiados, dando lugar ao partido em si. O grosso da corrupção, portanto, deixou de ser particular, ou gerada por grupelhos dispostos a ganhar de forma ilícita, e passou a ser coletiva, sem ganhadores individualizados. O erário público, e a estrutura estatal, se tornaram alvo de depredação em favor do fortalecimento de um plano de dominação política.

Quase todos os escândalos de corrupção observados na estrutura da administração federal, ocorridos nos últimos nove anos, serviram única e exclusivamente para fortalecer um projeto de poder. O notório Mensalão, era, acima de tudo, um instrumento de dominação do executivo sobre o legislativo. Os entes privados envolvidos ganharam por conseqüência, não por objetivo fundamental. O mesmo caso pode ser dito dos dossiês fajutos, criados com o intento de assassinar reputações e destruir a oposição ao petismo. A criação dessas armas políticas se deu não por causa de indivíduos ou empresas tentando se locupletar do estado, mas por causa de um estilo de corrupção que se dá quando um partido se adona da estrutura pública com o claro objetivo de ampliar sua força.

Mesmo os entes empresariais corruptores acabaram, nessa nova estrutura de assalto aos cofres públicos, servindo como instrumentos auxiliares. O caso da Copa do Mundo é emblemático. Se por um lado empreiteiras e construtoras, acabarão ganhando muito dinheiro em obras claramente superfaturadas, é inegável que esse evento esportivo só foi trazido ao Brasil, assim possibilitando a corrupção, com o único propósito de fortalecer a propaganda governamental que vende o país como uma potência em ascensão. Novamente é a dominação política e não os entes privados os beneficiados finais pela teia de corrupção. 

No Brasil do PT os empresários que antigamente buscavam vantagens ou os políticos que se locupletavam da máquina pública em proveito próprio foram escamoteados para a condição de meros coadjuvantes, diante de uma estrutura de bandidagem profissional montada por gângsteres que não tem outro objetivo que não o de tornar o estado um instrumento da famiglia.

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