Na minha última coluna falei mal dos frenquetadores que emporcalham as praças da cidade. Foi o que bastou para me tomarem como um discípulo de Al Gore. Al Gore é uma das figuras mais patéticas que já surgiram na face da Terra. Ele é responsável por ter jogado no lixo a confiabilidade do ecologismo e por ter transformando o movimento ambientalista em uma cruzada insana contra o progresso e o sistema capitalista. A ciência foi trocada pelo catastrofismo embusteiro. Por todo o mundo grupos ambientalistas propagam a causa da qual Al Gore se tornou o maior entusiasta. Nossa cidade não foge à regra. Se na Inglaterra temos o Greenpeace, em Farroupilha temos a Afapan.
Em recente carta, divulgada nos dois principais jornais da cidade, a Afapan, o Greenpeace de Linha Cafundó, se manifestou contrária ao corte das árvores que existiam na Praça da Matriz. De acordo com a Afapan, a entidade “tem se mobilizado em defesa da vida e das árvores de Farroupilha” e que “construiu sua história e sua credibilidade com base em argumentos ao invés de guerras”. Como “argumento” a Afapan se valeu unicamente de um genérico apelo altruísta em nome de um suposto bem comum, praticamente caracterizando, de antemão, todos os eventuais discordantes, na categoria dos belicosos inimigos do mundo.
De acordo com a Afapan, as árvores da Praça da Matriz representavam a vida na Terra. Não sei o que representa a vida na Terra. O que sei é que o verdadeiro matagal em que se transformaram as árvores que ali havia não representava outra coisa que não um perigo para os transeuntes, não só pelo risco da queda de galhos, mas também pelo verdadeiro fumódromo de entorpecentes em que o local havia se tornado.
Na carta, a Afapan alerta que em Farroupilha “dia após dia, árvores tombam para dar lugar a residências, prédios, fábricas”. Farroupilha, como o resto da civilização humana, só poderá se desenvolver a custa do uso de recursos naturais. É o que se chama de mal necessário. Os integrantes da Afapan também moram em residências que tiveram seu custo ambiental. No que elas se diferem das novas casas que estão sendo erguidas? Até o papel de jornal onde a Afapan publicou sua carta custou o tombo de algumas árvores. Até para protestar contra supostas agressões ao meio ambiente é preciso agredir o meio ambiente.
A Praça da Matriz precisava ser revitalizada. O matagal precisava ser cortado. Daqui a 30 anos será preciso fazer tudo de novo, a não ser que a lógica anti-civilizatória da Afapan predomine e tenhamos todos que, em nome do bem comum, voltar a morar em cavernas.
Publicado no Jornal Informante em 11 de Fevereiro de 2011
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