quarta-feira, 30 de março de 2011

Lula: Incitatus de Coimbra ou Calígula Tupiniquim?

Calígula foi um dos mais polêmicos imperadores romanos. Mesmo ficando apenas cerca de quatro anos no poder, até hoje é lembrado por suas esquisitices. Entre os destaques de sua gestão, há a completa humilhação do Senado Romano. Diz-se que chegou a promover orgias nas quais obrigava as mulheres dos senadores a se prostituírem. Outros detalhes recheiam sua biografia, como a relação incestuosa com suas irmãs e o gosto por matar, mas isso não é importante no contexto (espero).

Dizem que a história se repete. Hoje li que a Universidade de Coimbra, uma das mais tradicionais do mundo, concedeu título de Doutor Honoris Causa a Lula. De cara me lembrei de Calígula, que nomeou seu cavalo, Incitatus, cônsul e sacerdote. Nada contra Incitatus.

Após breve reflexão, pude encontrar mais pontos em comum entre Lula e Calígula do que entre Lula e Incitatus (até porque gosto de cavalos). Assim como o imperador romano, Lula se esforçou para desmoralizar o legislativo, de forma a aumentar seu poder como chefe do executivo. Subordinou o Congresso Nacional aos seus caprichos, o qual lhe lambia as botinhas em troca de emendas ou cargos para aliados.

Calígula foi exaltado pelo povo quando chegou ao poder, gozando de incríveis níveis de popularidade. Para o povão, sua gestão foi marcada por agrados. Ajudou os pobres e promoveu espetáculos grandiosos - o tal do pão e circo. Sob a batuta de Lula, tivemos inúmeros "benefícios" (a.k.a. esmolas) para os pobres, sediamos os jogos Panamericanos e fomos escolhidos para sediar Copa do Mundo e Olimpíadas. Legal! Cito aqui Cassius Dio (como não entendo nada de latim, vai em inglês mesmo), um dos mais importantes historiadores romanos:

(...) though delighting the rabble, grieved the sensible, who stopped to reflect, that if the offices should fall once more into the hands of the many, and the funds on hand should be exhausted and private sources of income fail, many disasters would result

Cassius Dio, História Romana, Livro LIX (59 para quem não conhece algarismos romanos)

Basicamente, Dio deixa claro que os atos de Calígula causavam deleite à plebe, mas, quem parasse para refletir, perceberia a insensatez dos atos, que colocavam as finanças de Roma em risco. Nada tão irresponsável quanto pegar um empréstimo de US$ 200 milhões no Bird para pagar o Bolsa Família, mas, ainda assim, preocupante.

Não posso esquecer de citar a mais pitoresca das coincidências entre as biografias dos dois dementes. Calígula se considerava Deus (inclusive criou uma lei para formalizar isso). Obrigava o Senado e o povo a adorá-lo e chegou a erguer três templos em sua própria homenagem. Não conseguiu, no entanto, viabilizar um de seus caprichos: construir uma estátua sua no Templo de Jerusalém. Aqui, Lula é adorado e idolatrado pela plebe petista e se irrita profundamente com quem não o cultua, seja a imprensa, seja um adversário, seja um otário favelado que quer jogar tênis, esporte de burguês. Exagero meu? Bem, o próprio ex-presidente decidiu criar um museu para homenagear a si mesmo. Cada país tem o Calígula (ou Incitatus) que merece.

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